Editora UFRJ lança …

Editora UFRJ lança livro sobre o crítico Mário Pedrosa

5.png

Mário Pedrosa, crítico de arte e da modernidade”, de Glaucia Villas Bôas, é a mais nova publicação da Editora UFRJ, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. O lançamento acontecerá no dia 23 de novembro, às 19h, na Livraria da Travessa, à rua Voluntários da Pátria, 97, Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ). O livro analisa diferentes fases da trajetória de Mário Pedrosa (1900-1981), evidenciando o quanto seu trabalho se fundamenta em uma crítica à modernidade.

Ao longo do texto a autora explora o pensamento do crítico com base na suposição de que ele elaborou uma concepção de modernidade incomum para sua época. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, que consideravam a supressão do passado uma das condições sem as quais o país não entraria na modernidade, Mario Pedrosa ressaltou a necessidade de preservar o tempo das origens e valorizar as diferenças culturais e étnicas.

Na década de 1950, quando no Brasil a onda moderno-desenvolvimentista projetava o futuro do país, Mario Pedrosa problematizava a aceleração do tempo, o individualismo exacerbado e a racionalidade técnica como obstáculos a um desenvolvimento mais justo e igualitário. A arte abstrata geométrica, que defendeu em sua crítica, ao mesmo tempo em que fazia parte da modernidade, trazia a promessa de sua redenção. Na visão do crítico, somente o concretismo poderia devolver aos seres humanos a sensibilidade perdida em um mundo frio e racional.

A relação entre arte e modernidade adotada por Mário Pedrosa é o fio condutor dos cinco capítulos do livro. Nele, Glaucia Villas Bôas analisa a amizade entre o crítico e Mario de Andrade, considerando suas proximidades e diferenças; a história do Ateliê do Engenho de Dentro, no Centro Nacional Psiquiátrico Pedro II, e o surgimento da arte concreta carioca. A autora destaca ainda as ideias do crítico na elaboração da curadoria da VI Bienal de São Paulo, em 1961, e seu protagonismo na criação do Museu da Solidariedade Salvador Allende durante o exílio no Chile, de 1970 a 1973.

“Mário Pedrosa, crítico de arte e da modernidade” é uma contribuição para o atual debate crítico da modernidade nos meios artísticos, além de fortalecer o desenvolvimento da sociologia da arte, disciplina cuja demanda é crescente em cursos de graduação e pós-graduação.

Glaucia Villas Bôas é professora titular da UFRJ, pesquisadora do CNPq e integrante do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ. Tem artigos e livros publicados nas áreas de teoria sociológica e sociologia da cultura e da arte. Dentre os livros, destaca-se “Forma privilegiada: A arte concreta no Rio de Janeiro de 1946 a 1959”, publicado em 2022.

Compartilhe esta Publicação: