Editora Unesp lança …

Editora Unesp lança obra de Proust com exercícios estilísticos

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Partindo do caso real do golpe do "Caso Lemoine" no início do século XX, em que um homem alegou ter descoberto um processo para produzir diamantes e enganou uma grande empresa de mineração, Marcel Proust utiliza esse mote para imitar e parodiar o estilo de escritores, críticos literários, filósofos e historiadores como Balzac, Flaubert, os irmãos Goncourt, Renan, Sainte-Beuve e Saint-Simon. É isso que se lê em seu “Pastichos e Miscelânea”, que chega pela Editora Unesp. Os textos resultantes revelam as peculiaridades dos escritores imitados, proporcionando momentos divertidos, ao mesmo tempo em que apresentam um exercício estilístico fascinante.

Na segunda seção do livro, Proust se inspira no fascínio do crítico e artista inglês John Ruskin, percorrendo as igrejas de Amiens no norte da França, a partir do livro de Ruskin sobre elas, A Bíblia de Amiens. Com refinamento e engenho, o autor oferece ao leitor uma obra de múltiplas camadas, que inclui não apenas o objeto observado, mas também o modo como Ruskin olhava para essas mesmas igrejas. Em outras passagens, Proust reflete sobre a leitura e oferece ao leitor suas memórias de infância, em um estilo paradigmático e marcante. Além disso, o autor cria um texto dramático que aborda o amor filial de um parricida, inspirado em um episódio real da crônica policial dos jornais franceses.

Com a tradução do professor Jorge Coli, “Pastichos e Miscelânea” permite que leitores de Proust descubram novas facetas da obra do autor e se surpreendam com seu talento para imitar outros escritores e filósofos. Para aqueles que ainda não se aventuraram pelo universo do "tempo perdido", o livro se apresenta como uma saborosa porta de entrada para a obra imortal do autor francês.

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