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Lançamento da Editora UFRJ mostra perspectiva dos imigrantes portugueses

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A Editora UFRJ acaba de lançar o e-book gratuito “Irmãos de além-mar? Portugueses e a imigração no Brasil”, no qual o sociólogo Mario Luis Grangeia responde como o maior grupo de estrangeiros fixados no Brasil desde 1822 percebeu a imigração. Para o autor, “assim como o pão de sal ou de milho têm ingredientes além do tempero e da farinha, migrações não resultam de um só fator.. .Assim como os pães após a fermentação, vidas ganham mais sabores após a imigração”.

Olhares de portugueses, seus imaginários e fragmentos de vida são reunidos em entrevistas com 20 empreendedores e empreendedoras, entre eles, vários “portugueses de padaria”. O livro também inclui um estudo de obras de escritores dos séculos XIX e XX.

O autor, cuja família materna veio da região portuguesa de Bairrada, parte da figura popular do padeiro para ouvir memórias, que não são exclusivas dos panificadores. “Cada diálogo foi além de estereótipos e se tornou valioso para este ensaio que põe em questão o mito da receptividade brasileira a imigrantes, afinal, portugueses sofreram sérios ataques entre o Primeiro Reinado e a Primeira República.

Ao longo das entrevistas o autor aborda memórias de quem migrou entre 1950 e 1970 e após os anos 1970. Delas extraiu significados da migração para os migrantes: reencontro, para famílias divididas e reaproximadas; resistência, para quem vislumbrou uma rota para fugir do arbítrio no período da ditadura de Salazar; investimento, recorrente entre quem viajou na busca de ascensão social, mais rara em Portugal; e reinvenção. Nos capítulos em que Grangeia escreve sobre as memórias de portugueses estabelecidos no Brasil há décadas, trata ainda das memórias de dois ícones lusos aqui – a atriz Ruth Escobar e o cantor Roberto Leal – e de dois autores ilustres lá – Leonor Xavier e Carlos Fino.

Por fim, o autor se indaga se é válida, à luz de sua abordagem neste livro, a referência feita nos dois lados do oceano a portugueses e brasileiros como “irmãos d’além-mar”. Respondendo à sua própria indagação, Grangeia esclarece que é mais dado a perguntas abertas do que a respostas fechadas e faz o convite a leitores dispostos a acompanhá-lo neste percurso que atravessou águas e séculos.

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