A Voz do Profissional

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Retornamos esta semana com a coluna A Voz do Profissional, continuando com as entrevistas com os convidados da 31ª Reunião Anual da ABEU. Desta vez, a conversa foi com Marcos da Veiga Pereira, que no dia 23 de maio participa da roda de conversa "Quais livros, quais conteúdos?". Presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), iniciou sua carreira em 1981, aos 17 anos, na Salamandra, editora fundada pelo pai. Quando esta foi vendida para a Editora Moderna, assumiu a direção de marketing do grupo de 1999 a 2001, passando a se dedicar exclusivamente à Sextante, editora criada com o pai e o irmão. Foi vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) de 2003 a 2006 e presidiu o Instituto Pró-Livro (IPL) até maio de 2017. 

Na entrevista, Pereira oferece sua visão sobre a atuação das entidades do livro em prol do mercado editorial e dá suas impressões sobre a atuação da ABEU neste âmbito.

Com uma carreira consolidada no meio livreiro e com participação atuante em entidades do livro, como o senhor avalia especificamente a atuação e contribuições das editoras universitárias no mercado editorial?    

As editoras universitárias cumprem um papel muito importante na divulgação da produção intelectual do corpo docente das principais universidades brasileiras. Muitas delas conseguem construir catálogos premiados, basta ver a relação de títulos das edições do Prêmio Jabuti, que contemplam vários títulos publicados pelas editoras universitárias.

Ao contrário das demais empresas do ramo, as editoras universitárias têm objetivos que diferem das editoras comerciais: elas precisam cumprir o seu papel de disseminar a produção científica das universidades, mas também buscar, de alguma forma, a manutenção de parte de suas atividades. Na sua avaliação, como tornar este modelo de negócio funcional e sustentável? Levando em conta que muitas delas conseguiram reunir recursos e evoluir comercialmente ao longo dos anos, ao ponto de lançar obras de sucesso, angariando prêmios nacionais, qual a melhor forma destas instituições continuarem crescendo?

Curiosamente parte desta pergunta é a resposta da anterior. Em todo mundo as editoras universitárias contam com a subvenção das instituições, pelo reconhecimento do caráter cultural e educativo das mesmas. Infelizmente, a questão do investimento em educação no Brasil é um dos problemas mais sérios que enfrentamos. Como a natureza das publicações nem sempre é de caráter comercial, às vezes destinada a públicos específicos, isso dificulta a viabilidade das empresas. Uma possibilidade que se apresenta é a edição em formato digital, que diminui o risco de impressão e encalhe, um dos principais problemas financeiros de nossa indústria. Neste mesmo sentido, a impressão sob demanda é uma solução que também deve ser avaliada.

Cada vez mais é perceptível a interação das variadas entidades do livro em defesa de questões comuns. Embora congregando editoras universitárias, que têm suas especificidades, como percebe a participação da ABEU nesse âmbito?

A participação da ABEU tem sido muito valiosa, pela qualidade de seus quadros, nos últimos anos, particularmente representada pelo editor Marcelo Di Renzo. Questões como a discussão da Lei do Preço Fixo e da Lei Brasileira de Inclusão tiveram uma grande contribuição da ABEU.

   
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