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Editora da UFRGS e Instituto de Letras lançam os primeiros livros do selo Ipsis Litteris

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A Editora da UFRGS e o Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul lançaram os quatro primeiros livros do selo Ipsis Litteris, uma iniciativa dedicada à publicação de obras relacionadas à literatura, linguística e tradução.

As quatro primeiras publicações do selo, disponíveis em formato digital no LUME – Repositório Digital da UFRGS, têm como temas a construção de espaços em obras literárias escritas por mulheres; representações literárias, no Brasil e em Portugal, do imaginário que envolve a Segunda Guerra Mundial; o estágio de docência e a experiência docente na formação de professor de Língua Portuguesa; e uma coletânea de poemas dos autores estudantes que participaram do projeto Laboratório Literatura, voltado ao estudo da função da literatura e de experimentação criativa em torno da escrita e da difusão do texto literário.

A seleção de originais para o selo Ipsis Litteris ocorre por meio de editais, em consonância com os padrões editoriais exigidos pela Editora UFRGS, e as propostas são analisadas por pareceristas, que compõem, junto com os membros da Comissão Editorial, o Conselho Editorial do Selo.

Conheça os primeiros livros:

  1. Configurações do espaço na literatura de autoria feminina”, Cinara Ferreira, Cristina Forli (Org.)

É uma coletânea de estudos que, por diferentes perspectivas críticas e teóricas, analisam a construção de espaços em obras literárias escritas por mulheres. Pensar esses espaços é pensar na dimensão, no sentido e na relevância que essa categoria ocupa em universos ficcionais arquitetados por escritoras; é pensar também o inverso, o espaço que a literatura de autoria feminina ocupa nos atuais estudos literários.

A pluralidade de espaços que perpassam as obras dessas mulheres, quais sejam, Brasil, Portugal, Moçambique, Chile, Estados Unidos ou Coreia do Sul, o público ou o privado, as roupas ou a cidade, o eu ou o outro, o presente ou o passado, o colonialismo ou as migrações contemporâneas, a prosa ou o verso, evidencia o alcance da coletânea, que articula uma pluralidade de vozes que conferem diferentes sentidos ao espaço, porém articuladas sob a mesma ótica da vivência e configuração deste pelo feminino.

2. “Estágio de Docência: percursos de uma experiência docente na formação de professor de Língua Portuguesa”, Jane Naujorks, Lucia Rottava, Izadora Chagas Troian, Luiza Laguna Rodrigues (Org.)

Busca contribuir para uma reflexão mais ampla a respeito do Estágio de Docência de Língua Portuguesa, desenvolvido no curso de Letras, nos anos finais do Ensino Fundamental em escolas públicas. Na obra, diferentes instâncias de formação estão envolvidas: a universidade, a escola pública e o aluno graduando.

O livro está organizado em duas partes. A primeira, denominada “Os caminhos da teoria e da prática”', traz reflexões teóricas a partir das orientações para o planejamento inicial do Estágio de Docência, seguidas da operacionalização teórico-prática e, finalmente, das reflexões de professores que acompanham a prática em sala de aula. A segunda parte do livro, denominada “Os Caminhos de planejamento”, consta dos relatos das experiências dos professores em formação no Estágio de Docência.

3. “Sob as cores da barbárie: o imaginário da Segunda Guerra Mundial no horizonte literário brasileiro e português”, de Christini Roman de Lima.

Discute como Brasil e Portugal abordam em suas representações literárias o imaginário que envolve a Segunda Guerra Mundial. No ângulo brasileiro, o olhar volta-se para o pracinha como combatente, ou seja, para o homem que se afasta do país a fim de lutar em solo italiano; na ótica portuguesa, busca-se a trajetória do refugiado que teve de abandonar sua terra natal, vítima das perseguições antissemitas, encontrando — de algum modo — guarida em território português. O conflito mundial, nos dois contextos, configura-se como o ponto de ruptura desses indivíduos. Portanto, a guerra e o seu desdobramento, o mote do exílio, caracterizam os pontos de partida norteadores desta obra.

Para tanto, procede-se, ao exame das obras de Boris Schnaiderman, “Guerra em surdina”, e de Roberto de Mello e Souza, “Mina R”, no âmbito brasileiro. As narrativas analisadas no panorama português são “Nasci com passaporte de turista” e “O cavalo espantado”, de Alves Redol, “O mundo perdido”, de Joaquim Paço d’Arcos, e “Sob céus estranhos”, de Ilse Losa. De um lado, vislumbra-se a guerra em funcionamento, apontada nos romances brasileiros através da experiência coletiva e da experiência individual dos soldados (agentes e vítimas do aparato da guerra). De outro lado, apontam-se as consequências da guerra por meio dos desterrados que chegaram a Portugal e assumiram a voz narrativa para relatar suas trajetórias, o que se compreende como “a escrita do refugiado”.

4. “ Laboratório Literatura: dez experimentos poéticos”, Isadora Dutra (Org.)

A obra reúne uma sequência de poemas dos autores que participaram do projeto, a partir de dez experimentos temáticos de criação: maçã, guarda-chuva, asa, abismo, primavera, guerra, areia, mar, copo e antídoto. Os poemas resultaram da vivência dinâmica e do exercício criativo literário do grupo que, durante encontros semanais, produziu experimentos de escrita criativa a partir de temas e discussões em torno de obras literárias e de outras artes. À medida que a produção foi acontecendo, os participantes foram desenvolvendo diálogos entre os textos e também entre as questões de debate político que ocorriam no período das eleições do ano de 2018.

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