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Nova tradução da Edufba registra violência sofrida por indígenas no Peru

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O mais recente lançamento da Edufba é fruto de uma partilha de conhecimentos entre o antropólogo e retablista ayacuchano Edilberto Jiménez Quispe e as pesquisadoras brasileiras Carla Dameane Pereira de Souza Kellen Hawena Pereira Sousa. “Chungui: violência e traços de memória” traz, do quechuá para o português, relatos de campesinos e campesinas indígenas − do distrito de Chungui (Peru) − sobreviventes do Conflito Armado Interno (CAI), vivido entre 1980-2000.

A edição brasileira traz 68 dos 93 testemunhos literários – acompanhados de suas representações visuais – publicados originalmente em 2009, em Chungui: Violencia y trazos de memoria, obra que, mesmo antes da tradução, se tornou referência para trabalhos sobre memória e representação. Os relatos apresentam a memória dos sobreviventes do CAI, e como ele se instaura, na história recente desse país, como um paradigma da crueldade por ali terem-se cometido crimes exemplares contra os direitos humanos. Os testemunhos das violências e abusos sofridos são compêndio de vozes de sujeitos que deixam de ocupar, de certo modo, o lugar da vítima e passam a ocupar o lugar do cidadão que, por meio de sua experiência, será ouvido não somente para relatar um passado em que foi afetado pela violência, mas, sobretudo, para se posicionar diante do presente no qual é preciso reivindicar sua condição de sujeito histórico e sobrevivente da guerra. “Se a intenção dos chunguinos, ao narrarem suas vivências durante essa época, é a de expor que não podem se esquecer das atrocidades pelas quais passaram, a intenção do próprio Edilberto Jiménez Quispe é a de fazer com que todos os peruanos recordem essas experiências. Nós, como tradutoras, partilhamos desta mesma intenção, e com o intuito de que estas memórias sejam conhecidas e lembradas é que nos propomos a transpassar o contexto peruano, fazendo com que os brasileiros também possam recordar e identificar os traços de memória atravessados pela violência vivenciada pelos chunguinos” afirmam as tradutoras.

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