Trabalho escravo contemporâneo e resistência em tempos de pandemia
Esta coletânea é resultado de parte das discussões realizadas durante a XIII Reunião Científica do GPTEC, ocorrida em agosto de 2020, no decorrer de uma grave pandemia sanitária e política. O governo foi lento nas respostas e o Covid-19 avançou. Enquanto preparávamos este livro, a lista dos mortos pela doença se aproximava de 600 mil no país e, no mundo, ultrapassava os 4 milhões. Pela necessidade de distanciamento das pessoas e seguindo orientações médicas em vista do perigo de contrair e difundir o coronavírus, a participação dos expositores e observadores se deu por plataforma digital. O reconhecimento da existência de escravidão em pleno século XXI no Brasil e no exterior ainda não é consensual entre estudiosos, todavia cresce nas mais diversas áreas de estudo a admissão do problema. E se constata que o fenômeno, aparentemente pertencente ao passado ou a regiões distantes e pobres, se manifesta em países periféricos e semiperiféricos, mas também em países centrais, em áreas rurais e metropolitanas, nas lonjuras da Amazônia ou nos edifícios sofisticados do Rio de Janeiro ou de Nova York. As reuniões científicas, organizadas pelo GPTEC com seus parceiros há mais de uma década, a presença de estudiosos de tantas universidades e regiões, as publicações em revistas científicas e em livros como este demonstram a relevância do tema sob o ponto de vista acadêmico. Contudo, o tema também tem preocupado governos e, na esfera internacional, foi objeto de declarações e convenções.
- : FIGUEIRA, Ricardo Rezende;MOURA, Flávia de Almeida;SUDANO, Suliane